Livro Memória da Mãe Terra recebe contribuições até 7 de Junho

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Ainda há chances de escrever para o livro Memória da Mãe Terra, o novo número da coleção Índios na Visão dos Índios. O novo prazo para submissão é 30 de maio de 2014.

A ONG Thydêwá convida indígenas para que, como autores, através de textos e/ou fotos e/ou desenhos, façam suas contribuições.

Temos já uma primeira tiragem de 1000 exemplares garantida através do Prêmio Memória outorgado pelo Instituto Brasileiro de Museus à Thydêwá.

Sobre o tema Memória da Mãe Terra

Terra tem Memória. A Terra lembra. E muitos de nós – humanos – não sabemos mais nem lembrar e nem ouvir a nossa Mãe Terra. Nosso passado está ausente de nosso presente ameaçando o nosso futuro. Neste livro, os indígenas mediarão esta Memória conscientizando os leitores. Memórias da vida são necessárias nesta crise contemporânea na qual a civilização dominante impõe a cultura da morte.

Os indígenas atuarão como interlocutores da Mãe Terra sendo porta-vozes da Natureza. Os indígenas, através deste trabalho,
destacarão a Memória e a Expressão dos sentimentos do nosso Planeta.

Os filhos da Terra canalizarão este livro-semente para ser amplamente partilhado.

A coleção Índios na Visão dos Índios já tem 19 números. São livros feitos por índios para o público geral, para crianças, jovens, adultos, idosos, indígenas e não-indígenas. Por isso, valorizamos textos escritos com a força do coração e direcionados ao coração dos leitores.

Sugerimos escrever em primeira pessoa, podendo o autor fazer brotar os sentimentos da Mãe Terra ou os do próprio indígena autor. Aceitamos também textos escritos na primeira pessoa do plural, assim: Nós Tupinambá, ou Nós Apinajé ou Nós filhos da Terra,  Nós indígenas…

Procuramos evitar textos acadêmicos que possuem uma linguagem mais complexa, que seria de difícil leitura para uma criança ou jovem, e fale de forma imparcial. Por isso, aproveite e fale a partir de seu coração, de sua história, de suas memórias, das memórias de seus parentes, a partir do olhar que só você pode fornecer. Ou encarne-se na própria Mãe Terra e, em primeira pessoa, sintonizado com ela, escreva por ela… Traduza em palavras os sentimentos da Natureza. Pulse com o Cosmos e canalize uma mensagem para o livro. Traduza o sentimento das árvores, ou de um rio, de uma montanha, seja mediador do ar, do fogo.

Partilhe com os humanos a palavra da vida.


Informações em Convite Memória da Mãe Terra

 

Arco Digital

Estes livros foram e são utilizados dentro das próprias aldeias indígenas participantes, bem como também são trabalhados dentro das escolas dos não-indígenas,  além  de ser gratuitamente divulgados para o público em geral.

Download (PDF, 38.48MB)

Dia do Índio e da Índia: MULHERES INDÍGENAS NA REDE POR DIREITOS

REDE SOCIAL INTERÉTNICA CONVIDA AS PESSOAS A LUTAREM PELOS DIREITOS DAS MULHERES INDÍGENAS

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Vinte mulheres abrem para o mundo uma rede focada nos direitos das mulheres indígenas. A rede Pelas Mulheres Indígenas (http://www.mulheresindigenas.org) reúne conteúdos desenvolvidos por mulheres indígenas e ganha força pela união de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL).

 

A população indígena no Brasil é de aproximadamente 1 milhão de pessoas, segundo IBGE, sendo a parcela mais pobre da sociedade e mais discriminada. Porém, quem sofre mais discriminação ainda são as 444 mil mulheres indígenas, que além de sofrerem pela falta de território e cidadania, sofrem também abuso de poder e violência.

 

“Nós só somos lembrados no Dia do índio em que as escolas pintam as crianças de índio norte-americano, colocam aquela pena na cabeça, ou cantam até a música da Xuxa. Nós existimos, nós estamos presentes nessa sociedade, e queremos ser lembrados e respeitados sempre, como cidadãs brasileiras que somos”, disse a diretora executiva Potyra Tê Tupinambá.

 

A comunidade online lançada nesta semana representa uma rede iniciada em março deste ano e faz parte do projeto Pelas Mulheres Indígenas, patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência República e desenvolvido pela ONG Thydêwá.

 

Navegando no site, o usuário entra em contato com a realidade de mulheres em suas aldeias, que revelam através de sua cultura e de seu passado a história de 514 anos de Brasil. As histórias são contadas com textos, vídeos e fotografias produzidos pelas próprias indígenas.

 

“A rede ajuda a divulgar mais a luta das mulheres indígenas, as dificuldades, a realidade que cada mulher indígena passa. A realidade é diferente do que as pessoas falam. Falam que a mulher indígena é preguiçosa, mas nós somos iguais a qualquer outra mulher, e somos guerreiras”, disse Gessy Tupinambá.

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GessyTupinamba
“Nós somos iguais a qualquer outra mulher, e somos guerreiras” – Gessy Tupinambá

Com o apoio dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste, do programa Mensagens da Terra, as mulheres recebem suporte para conexão de internet e para o uso de equipamentos, já que grande parte das aldeias estão em lugares afastados e possuem dificuldade de acesso à tecnologia. O Programa Mensagens da Terra, também de autoria da ONG Thydêwá, conta com o apoio do Ministério da Cultura.

 

A ONG Thydêwá trabalha desde 2002 para o fortalecimento das comunidades indígenas, para a consciência planetária e promoção da cultura da paz. Nos últimos anos tem aliado a apropriação das Tecnologias de Informação, Comunicação e Aprendizagem a projetos que lutam por relações interculturais justas e verdadeiras, como a rede Índios On-Line (www.indiosonline.net – desde 2004); Índio Educa (www.indioeduca.org Brasil – desde 2011) e a Rede Indígena de Arte e de Artesanato (www.risada.org – desde 2011).

 

Veja mais reflexões sobre o dia do índio produzida pelos próprios indígenas

Rede Índio Educa: Dia do Índio: Se comemora ou se Indigna? http://www.indioeduca.org/?p=1918

Rede Índios Online sobre o Dia do Índio: http://www.indiosonline.net/?s=%22dia+do+%C3%ADndio%22&x=-1069&y=-38

 

Serviço:

O quê: Rede reúne mulheres indígenas do Nordeste para lutar pelos direitos das mulheres e indígenas

Mais informações: www.mulheresindigenas.org, joana@thydewa.org, fernanda@thydewa.org

Contatos para entrevistas: Potyra Tê Tupinambá (73) 8159-6307, Joana Brandão (73) 9163 2839


Veja nosso canal do Youtube: mulheres@mulheresindigenas.org
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Dia do Índio e da Índia: MULHERES INDÍGENAS NA REDE POR DIREITOS

REDE SOCIAL INTERÉTNICA CONVIDA AS PESSOAS A LUTAREM PELOS DIREITOS DAS MULHERES INDÍGENAS

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Vinte mulheres abrem para o mundo uma rede focada nos direitos das mulheres indígenas. A rede Pelas Mulheres Indígenas (http://www.mulheresindigenas.org) reúne conteúdos desenvolvidos por mulheres indígenas e ganha força pela união de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL).

A população indígena no Brasil é de aproximadamente 1 milhão de pessoas, segundo IBGE, sendo a parcela mais pobre da sociedade e mais discriminada. Porém, quem sofre mais discriminação ainda são as 444 mil mulheres indígenas, que além de sofrerem pela falta de território e cidadania, sofrem também abuso de poder e violência.

“Nós só somos lembrados no Dia do índio em que as escolas pintam as crianças de índio norte-americano, colocam aquela pena na cabeça, ou cantam até a música da Xuxa. Nós existimos, nós estamos presentes nessa sociedade, e queremos ser lembrados e respeitados sempre, como cidadãs brasileiras que somos”, disse a diretora executiva Potyra Tê Tupinambá.

A comunidade online lançada nesta semana representa uma rede iniciada em março deste ano e faz parte do projeto Pelas Mulheres Indígenas, patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência República e desenvolvido pela ONG Thydêwá.

Navegando no site, o usuário entra em contato com a realidade de mulheres em suas aldeias, que revelam através de sua cultura e de seu passado a história de 514 anos de Brasil. As histórias são contadas com textos, vídeos e fotografias produzidos pelas próprias indígenas.

“A rede ajuda a divulgar mais a luta das mulheres indígenas, as dificuldades, a realidade que cada mulher indígena passa. A realidade é diferente do que as pessoas falam. Falam que a mulher indígena é preguiçosa, mas nós somos iguais a qualquer outra mulher, e somos guerreiras”, disse Gessy Tupinambá.

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“Nós somos iguais a qualquer outra mulher, e somos guerreiras”, diz Gessy Tupinambá.

 

Com o apoio dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste, do programa Mensagens da Terra, as mulheres recebem suporte para conexão de internet e para o uso de equipamentos, já que grande parte das aldeias estão em lugares afastados e possuem dificuldade de acesso à tecnologia. O Programa Mensagens da Terra, também de autoria da ONG Thydêwá, conta com o apoio do Ministério da Cultura.

A ONG Thydêwá trabalha desde 2002 para o fortalecimento das comunidades indígenas, para a consciência planetária e promoção da cultura da paz. Nos últimos anos tem aliado a apropriação das Tecnologias de Informação, Comunicação e Aprendizagem a projetos que lutam por relações interculturais justas e verdadeiras, como a rede Índios On-Line (www.indiosonline.net – desde 2004); Índio Educa (www.indioeduca.org Brasil – desde 2011) e a Rede Indígena de Arte e de Artesanato (www.risada.org – desde 2011).

Veja mais reflexões sobre o dia do índio produzida pelos próprios indígenas

Rede Índio Educa: Dia do Índio: Se comemora ou se Indigna? http://www.indioeduca.org/?p=1918

Rede Índios Online sobre o Dia do Índio: http://www.indiosonline.net/?s=%22dia+do+%C3%ADndio%22&x=-1069&y=-38

 Veja nosso canal do Youtube: mulheres@mulheresindigenas.org[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

“Eu sou…” IV Dia do Encontro de Jovens Indígenas

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Os trechos dos poemas a seguir foram escritos pelos jovens indígenas durante o IV Dia do Encontro de Livros Digitais Indígenas. Cada jovem deveria pensar como se fosse um objeto e um animal de sua preferência, além de se visualizar como o Maracá e o Arco, símbolos da cultura indígena. Selecionamos alguns trechos e optamos por não colocar os nomes dos autores para preservação de suas as identidades.

“Em forma de poema queremos nos expressar, falando de uma novidade sobre o eclipse lunar”

“Eu sou o livro esquecido na gaveta esperando sua atenção, as tuas mãos e os teus olhos concentrados para te ajudar nos momentos difíceis e te fazer viajar por caminhos desconhecidos”

“Eu sou a terra que suporta seus passos”

“Quando o sol brilhar e os raio solares emitirem sobre a terra, atrás de você eu estarei e terei a cor que encantará todos os habitantes terrestres. Juntas seremos o fenômeno ‘eclipse’ que é tão aguardado pelos amantes da astronomia e os olhos curiosos se encherão de alegria”

“Eu sou o arco. Meu objetivo? Ter uma enorme força para que a flecha, minha grande companheira, alcance o seu alvo. Somos o sol e a lua. Cada um de nós temos uma função, e quando nos unimos adquirimos um poder como um eclipse”

“Eu sou a marca do meu povo, da nossa luta e do meu coração”

“Eu sou o maracá que dou som para os rituais das pessoas que mais precisa estarei aqui para sempre… Eu sou o rio que acolho todos os meus filhos por igual seja ele quem for”

“A tua sombra se refletirá sobre mim colorindo de vermelho a minha cor. Deixando refletir um mundo de tanta dor… A cor em mim refletida e vermelha como sangue, o sangue que dá vida”.

“Eu sou o computador que simboliza uma lembrança e represento o futuro.

Eu sou o maracá que faz o som de um povo

Eu sou o Rio que matou a sede de uma nação e hoje luta para que a nação não me mate.

Eu sou a terra que te criou, não pertenço a ninguém, todos pertencem a mim.

Eu sou o gavião que voa sobre os céus”

“Eu sou o rio, já vi muitas histórias em meu leito, e até dentro de mim sei de muitos segredos, se eu continuar a existir vou ver mais histórias ainda”

“Eu sou a foto que quando estou triste, você me faz feliz. A única lembrança que meu pai deixou”

“Eu sou o livro que faz você pensar nas coisas boas e ruins, e esses conselhos servirão de aprendizado para o futuro”

“Eu sou o rio que abastece várias vidas desse mundo tão belo”

“Eu sou a cama que te consola todos os dias. Eu sou o rio que te banha todos os dias…Eu sou a terra que te segura firme todos os dias”.

“Eu sou o eclipse, muitos acham que sou um momento de escuridão , mas se você parar para penar estou sendo um encontro que pode ser visto como um encontro de povos”

 

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* O projeto tem o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural (IFCD) da Convenção de 2005 sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO. A inciativa conta também com o apoiodo PONTÃO ESPERANÇA DA TERRA e com a Rede de Pontos Indígenas do Nordeste, ambos projetos da Thydêwá em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

 

 

 

 

 

 

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III Dia de Encontro com cancões, fotos e filmes

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A manhã do terceiro dia do Encontro foi de atividade livre – conhecer a cidade, as trilhas e cachoeira de Olivença, se conhecer melhor. À tarde foi para criar narrativas – contar a manhã com canções, cantar a manhã. Incentivando a criatividade com descontração e diversão.

Debatemos também interações com outros projetos já existentes na ONG Thydêwá e nas comunidades indígenas e como interagir com os parentes que estão atuando, unindo forças para criar ações que favoreçam mais a comunidade, suas necessidades e sonhos. Afinal, ao fim de um ano, vamos criar uma Start-up pensando nas vontades e potenciais destas comunidades.

O dia terminou com a sessão de filmes documentários sobre ecologia, direitos humanos e indígenas, e vídeos trazidos pelos jovens feitos em suas comunidades. Fizemos uma mostra dos filmes e fotos feitos durante estes primeiros três dias de Encontro, com o intuito de nos ver, nos sentir e solicitando a autorização para o uso de imagem, refletindo sobre o respeito ao direito à imagem de cada jovem presente.

Veja algumas fotos do terceiro dia do encontro de jovens indígenas:

 

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* O projeto tem o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural (IFCD) da Convenção de 2005 sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO. A inciativa conta também com o apoiodo PONTÃO ESPERANÇA DA TERRA e com a Rede de Pontos Indígenas do Nordeste, ambos projetos da Thydêwá em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

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II Dia do Encontro com Jovens Indígenas em beleza, força e imaginação

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Começamos com um toré animado. Os jovens de diversas etnias à frente, puxando as  músicas, liderando o ritmo, ecoando o coro, mostrando sua forma de viver e sentir a tradição. Todos suam, mas mais uma roda gira, mais uma voz ecoa e outras respondem. Seguimos à frente. Energia, força e beleza são as palavras que abrem a reflexão sobre o primeiro dia do encontro.

Falamos da força juvenil, dos jovens se ajudarem, se contagiarem com a força, com o ânimo para seguir na luta, para viver a tradição, para expressar sua voz. Falamos de trocas – os jovens do Nordeste irem ao Norte para partilhar essa longa história de sobrevivência a uma colonização que começou aqui há 514 anos. Agora ela chega mais intensamente nos povos da Amazônia, com a terceira maior hidrelétrica do mundo – a Belo Monte. O que será dos jovens Xikrin, de Marabá? E das mais 8 civilizações indígenas que serão afetadas, talvez dizimadas, aos poucos, com o empreendimento? Seja pela mudança do habitat, seja pela chegada do estrangeiro, seja pelas doenças. Talvez os jovens do Nordeste pudessem ajudá-los? Partilhar com eles sua força e resistência, seu relato de viverem, já neste presente, o futuro que talvez aguarda esses outros jovens.

“Quando vocês dançam, eu percebo que vocês têm um laço vivo com a terra, com o mar, com o fogo. Que o mundo já perdeu. Eu estou vivo porque eu tenho uma raiz, uma cultura viva”, reflete Dan Baron, arte-educador, sobre as atividades do dia anterior e a força do Toré de hoje.

Começamos movendo o corpo. Alongando, em roda, em grupo, em coletivo. E expressamos nosso maior sonho. Pode ser aquele guardado, aquele que pensamos ser impossível de realizar. E dançamos ele em dois gestos. Surge assim uma coreografia sincrônica e diversa, onde cada um mostra para o outro seu sonho e onde todos dançam juntos o sonho de todos.

A própria intimidade, subjetividade é a fonte para a história. “A dança transforma, tem o poder de criar uma comunidade de confiança”, explica Dan.

Depois do almoço, andamos pela cidade, pela praia, olhando para o chão, para os cantos, para o horizonte com um olhar diferente. Buscamos ali um objeto, algo extraordiário. Todos voltam com algo na mão, mesmo que seja um objeto cotidiano, uma pedra, um recife, uma planta, recebendo um olhar diferente – visto em sua dimensão extraordinária, em sua riqueza.

O encontro da tarde começa com o toque suave, o cuidado, através da massagem. Re-conhecemos e reencontramos o corpo do outro através da massagem. Depois mostramos nossos objetos. “Qual a força invisível que este objeto tem?”

Um pé de uma sandália havaiana de uma criança carrega a força de sustentar uma criança que pisa ali. A semente traz a força da cura e da vida. A pedra, a força do oceano e das ondas que a poliu. E, assim, seguimos usando a imaginação. Todos objetos juntos agora estão no nosso altar. Cada um e todos juntos com seu poder, sua história invisível.

Falamos de um objeto pessoal nosso também, que tenha um valor especial para nós. Mais uma vez surgem história, narrativas falando sobre o invisível, sobre nós mesmos, sobre o que faz parte de nossa vida, com o impulso e a dança da imaginação.

* O projeto tem o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural (IFCD) da Convenção de 2005 sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO. A inciativa conta também com o apoiodo PONTÃO ESPERANÇA DA TERRA e com a Rede de Pontos Indígenas do Nordeste, ambos projetos da Thydêwá em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

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I Dia do Encontro de Jovens Indígenas: juntos criando livros digitais

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Dezesseis jovens não sabiam muito bem o que aguardavam eles quando se encontraram hoje, às 8h da sede da Thydêwá. Construir um coletivo é sempre algo surpreendente. Não se sabe no que resulta quando pessoas se reúnem com suas peculiaridades para criar. A ideia é que no final de um ano tenhamos dois livros digitais e uma produtora colaborativa. Como vamos construir isso? Juntos descobriremos.

O dia iniciou com um ritual indígena – cantos e maracás, pedido às bençãos de Tupã para o encontro e para todos os parentes. Uma roda de aprensentações, para cada um falar um pouquinho sobre si mesmo, de onde veio, de sua tribo. Dan Baron, arte educador, dá seguimento – propõe dedicarmos esses dias à troca, formação e produção.

A ideia para os próximos dias é compreender através de práticas corporais a beleza, a diversidade e o valor de cada um. Fazemos duplas, fazemos grupos. Começamos com uma dança. Abrindo o coração, agradecendo ao sol, arando a terra, plantando a semente. Colhendo e compartilhando com o próximo. Formamos um losango, ou uma pipa como foi chamado carinhosamente, e ela gira e cada instante um do grupo está na liderança. A música toca o tambor. Todos se mexem e todos sorriem. Quase todos transpiram na Oca Aberta, sob teto de piaçava, com o pé descalço na terra escura.

Antes do almoço fazemos estátuas. O tema? “Qual o direito humano você quer que seja respeitado aqui neste espaço, neste encontro?” União, liberdade, solidariedade, direito de interagir, de ficar em silêncio, de ajudar e ser ajudado, de atender às necessidades físicas, à compreensão – falar e escutar.

“Estamos perdendo aqui 514 anos de vergonha. Diante da força maior das armas, tivemos que baixar os olhos. A timidez é a força da resistência quando não se pode vencer. É uma inteligência naquele momento. Agora, podemos nos livrar dessa vergonha e resgatar nossa força”, reflete Dan sobre os sorrisos da alegria que vão surgindo com a dança.

Saimos para o almoço com a missão de fazer fotos e sons. À tarde, a brincadeira é com as imagens. Mas é uma brincadeira séria – imagens que registram dor, exploração, resistência, luta. Mulheres banham-se no Rio Tocatins, que está sendo afetado pela barragem Belo Monte, e em breve não estará mais lá como está. “Se nós não lutarmos hoje, o amanhã já estará perdido”, observa Waldirlan Pataxó. Fica a mensagem para pensar.

À noite, ao redor da fogueira, cantamos mais algumas canções para abençoar os dias que virão e formamos uma roda de contação de histórias multiétnicas, misturando gerações, vendo com graça e beleza surgir a união das forças dos jovens antenados com os anciões guardiões das memórias tradicionais.

* O projeto tem o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural (IFCD) da Convenção de 2005 sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO. A inciativa conta também com o apoiodo PONTÃO ESPERANÇA DA TERRA e com a Rede de Pontos Indígenas do Nordeste, ambos projetos da Thydêwá em parceria com a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

 

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INDÍGENAS PRODUZEM LIVROS DIGITAIS

Empreendorismo e cultura digital são foco de encontro de jovens indígenas

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Dezesseis jovens indígenas de 08 comunidades do Nordeste se reunirão para aprender a criar e gerir seus próprios negócios criativos. O primeiro empreendimento já escolhido no coletivo é a realização de uma coleção de livros digitais sobre e feito pelos próprios indígenas. 02 e-books serão lançados em quatro línguas e estarão disponíveis à venda nas principais lojas do comercio eletrônico editorial.

O encontro ocorrerá entre os dias 11 e 15 de abril, na sede da ONG Thydêwá, em Olivença, Ilhéus-BA, e faz parte do projeto “Livros Digitais Indígenas”, de autoria da Thydêwá, com o apoio do Fundo Internacional para a Diversidade Cultural (IFCD) da Convenção de 2005 sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO.

Este será o primeiro de três encontros presenciais de 40 horas que, aliado ao trabalho a distância nas comunidades, ao fim de um ano levará à publicação dos e-books em Português, Francês, Inglês e Espanhol, que contarão com alguns conteúdos à disposição gratuitamente. O projeto incentivará também outros empreendimentos de Economia Criativa e Solidária de autoria dos jovens indígenas. O projeto integra as ações da Rede de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste – Mensagens da Terra, que teve suas atividades iniciadas em março de 2014, contando com a parceria do Ministério da Cultura.

“A ideia é fortalecer os talentos e as capacidades dos indígenas para serem empreendedores criativos em prol de suas culturas e também para se posicionarem melhor na concepção da sustentabilidade cultural e financeira de suas comunidades” comenta Sebastián Gerlic, um dos coordenadores do projeto.

“Três oficineiros e facilitadores são convidados para esta semana e junto aos indígenas irão desenvolver oficinas de artes e contação de histórias. Tudo isso visando despertar o potencial artístico de cada participante e também o fortalecimento e valorização da própria história indígena” acrescenta Fernanda Martins, também coordenadora da iniciativa.

O quê: I Encontro do projeto “Livros Digitais Indígenas”.
Quem: ONG Thydêwá, com o apoio da UNESCO, e a parceria do Ministério da Cultura.
Quando: 11 a 15 de abril de 2014.
Onde: Sede do Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), em Olivença, Ilhéus (BA).
Sugestões de fonte: fernanda@thydewa.org – Fernanda Martins (jornalista coordenadora do Projeto), contatos@thydewa.org – Sebastián Gerlic (presidente da Thydêwá). 73-3269-1970, www.thydewa.org

Indigenous young people produce digital books

 

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Sixteen young men and women of eight indigenous communities in the Northeast of Brazil will gather to learn, to create and to manage their own creative business. This is the first entrepreneurship ever chosen to happen collectively. The initiative is to produce a collection of digital books about indigenous peoples written and published by them. Two e-books will be launched in four languages and they will be available for sale in the main bookstores on the internet.

The meeting will take place at the NGO Thydêwá, in Olivença, Ilhéus, Bahia State (Brazil), from 11 to 15 April. This meeting is part of the Indigenous Digital Books Project, whose author is Thydêwá. It is sponsored by the International Fund for Cultural Diversity (IFCD) of the 2005 UNESCO Convention on the Protection and Promotion of the Diversity of Cultural Expressions.

This will be the first of three 40-hour sessions that, in addition to the distance work done in the communities, has the objective to publish the e-books in Portuguese, French, English and Spanish by the end of 2014; there will also be some contents available for free. The Project will also encourage other entrepreneurships of Creative and Solidary Economy created by indigenous youth. The Project integrates actions of the Indigenous Culture of the Northeast Network – Messages of the Earth (Rede de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste – Mensagens da Terra), which initiated its activities in March 2014 and counts with the partnership of the Ministry of Culture in Brazil.

“The idea is to strengthen the talents and abilities of indigenous individuals to become creative entrepreneurs in favour of their cultures and to better place the concept of cultural and financial sustainability of their communities,” says Sebastián Gerlic, one of the Project’s coordinators.

“Three workshop men and facilitators have been invited to participate in this week’s meeting; they will develop workshops on Arts and Storytelling. The intention is to awaken the artistic potential of each participant, as well as strengthening and valuing the history of the indigenous peoples,” adds Fernanda Martins, also one of the initiative’s coordinators.

Service:

What: I Encontro do Projeto Livros Digitais Indígenas (1st Meeting of the Indigenous Digital Books Project).
Who: NGO Thydêwá, in cooperation with UNESCO, and in partnership with the Ministry of Culture in Brazil.
When: 11 to 15 April, 2014.
Where: Headquarters of Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), Olivença, Ilhéus, Bahia State, Brazil.

Contacts:

fernanda(at)thydewa.org – Fernanda Martins (Journalist and Project’s Coordinator);
contatos(at)thydewa.org – Sebastián Gerlic (President of Thydêwá). Tel.: (55 73) 3269-1970, website: www.thydewa.org

Publicado em: http://www.unesco.org/new/en/brasilia/about-this-office/single-view/news/indigenous_young_people_produce_digital_books/#.U0MTB3EQQms

“A voz indígena não pode ser calada”. Entenda como os Pontos de Cultura podem ser instrumentos para o fortalecimento da luta

Mais convidados chegaram para o penúltimo dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra. Dessa vez, Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra, se uniram aos trabalhos que começaram na terça-feira e terminam amanhã.

Após a roda de abertura , que se inicia sempre com rituais indígenas, 24 pessoas se apresentaram passando o bastão da fala, tornando esse momento um espaço de troca e partilha de conhecimentos. “Aqui o conhecimento coletivo vai sendo construído a partir de trocas”, refletiu Joana Brandão, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República.

Durante a manhã assuntos voltados as comunidades foram debatidos, entre eles saúde, terra, educação, cultura e de que forma tudo isso pode dialogar com os Pontos de Cultura Indígenas. “O Ponto é pequeno, mas tem potencial realizador”, disse Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá. “Índios Online também parecia pequeno, mas teve uma repercussão muito grande”, acrescentou. Cada indígena participante trouxe à tona as demandas de suas comunidades. “A saúde está uma miséria na nação Pankararu”, disse Fernando Pankararu. “90% dos indígenas tem que comprar seus próprios remédios”, finaliza. Todos os participantes foram enfáticos: Está um descaso a situação indígena no Brasil. “A luta indígena não é só importante para os indígenas, mas também para não indígenas”, disse Bruno Tarin.

O pensar nos Pontos de Cultura de acordo com as demandas de cada comunidade foi sendo tecido em conjunto por cada um presente na roda. “Cada aldeia tem uma característica própria. Os Hãhãhãe já têm seu território demarcado, então pode-se trabalhar o fortalecimento da cultura, já os tupinambá ainda estão em processo de demarcação, o trabalho pode ser voltado para a luta”, ponderou Nhenety Kariri-Xocó. “A voz indígena não pode ser calada”, finalizou.

Diálogos da Terra

“Eu digo com orgulho: Tenho 26 anos e não sei o que é lutar por terra”, comentou um jovem Xokó. “Isso porque seus antepassados lutaram por ela”, respondeu Fernando Pankararu. “A casa da gente é onde nosso antepassado caçou, pescou, dormiu, tomou banho, assou seu peixe, caminhou, cantou seus toantes, foi enterrado”, acrescentou.

Outro dia eu chorei na margem do rio São Francisco”, continuou Fernando, ao se lembrar que nas margens do rio que os Pankararu tradicionalmente pescavam está tomada, restando aos indígenas um espaço mínimo para se banhar. “Precisamos de um documento para denunciarmos o que está ocorrendo em nossas comunidades. As aldeias estão sem agentes de saúde e tem indígena tomando vacina na beira da estrada”, concluíram todos os indígenas juntos.

“Os primeiros habitantes do país não são valorizados. Valorizam aquilo que não é importante para nós, como a copa do mundo, por exemplo”, disse Maria Da Ajuda, Pataxó. “Chegou a hora da gente escrever o que a gente fala. A história acontece quando a gente escreve. A escrita serve como prova. Precisamos aprender a nova realidade do mundo”, comentou Nhenety Kariri-Xocó.

Diagnósticos situacionais

O que faz um Tupinambá aqui e agora? Pensar em uma perspectiva que entende a cultura como um processo que só compreende quem vive o dia a dia dela foi o que conduziu Bruno Tarin e Laila Sandroni durante o trabalho que fizeram no projeto Tupi Vivo (http://www.tupivivo.org.)

Após essa experiência, ambos serão os encarregados, junto com os indígenas de cada comunidade, pelo diagnóstico situacional das aldeias. Para isso outras perguntas trazidas são: “Afinal, o que é esse ponto de cultura, o que ele poderia ser e quais são as vontades e os sonhos de todos?”. Como os Pontos de Cultura chegam nas aldeias, como ele funciona e o que ele significa são outros dos pontos importantes para a realização desse trabalho.

“É preciso usar a Internet em prol da nossa cultura”. Veja como foi o 3o dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

O terceiro dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra começou com os rituais indígenas de abertura, unindo todos os povos em uma só roda, onde se canta e dança ao som de toantes, torés e porancys de cada uma das comunidades.

Em seguida, mais uma vez questões sobre a situação indígena atual foi debatida entre todos. “Cada vez que a gente se junta novos problemas aparecem”, comentou Joel Pataxó, ao identificar quantas situações de desrespeito e violência os parentes de outras etnias presenciaram.

“Não tem um olhar e nem uma política para fiscalizar e acompanhar a causa indígena”, disse Fernando Pankararu.

O causa Tupinambá também foi destacada. “A política ao invés de dar apoio aos indígenas dá apoio aos grileiros”, comenta Mayá Hãhãhãe. O agronegócio e sua consequente degradação dos territórios tradicionais foi um dos assuntos discutidos.

Depois dessa rodada, Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, apresentou o trabalho de apropriação de tecnologias dentro dos Pontos de Cultura e comentou sobre a possibilidade de utilizá-los como um instrumento de voz.

Cristiano também quis compreender qual a estrutura que existe hoje dentro dos Pontos e aquilo que os povos precisam.

Outras tecnologias sociais que surgiram com a existência dos Pontos de Cultura também foram comentadas, como a Rede Índios Online. As jovens Karapotó-Plakiô comentaram sobre como depois de algumas denúncias feitas na rede, a prefeitura da cidade em que a aldeia está localizada passou a dar mais atenção para as demandas da comunidade. “Índios Online é nosso porta voz”, comentaram. Além disso, Joana Tavares, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República, comentou sua dissertação de mestrado sobre Índios Online: “Observei que a rede era uma forma de fortalecimento e divulgação da cultura indígena, uma forma de projetá-la para o mundo”.

Acerca do uso das tecnologias e dos espaços oferecidos pelo Programa, Potyra Tê Tupinambá enfatiza o que já vem sendo discutido durante todos os dias: “É preciso usar a Internet de forma consciente, para que ela não seja apenas uma ferramenta de brincadeira, mas um instrumento em prol da nossa cultura”, argumentou.

Outros projetos que contam com a mobilização e articulação dos participantes e das tecnologias digitais, como Índio Educa, Oca Digital, Pelas Mulheres Indígenas e RISADA, foram comentados.

Foi interessante perceber o desenvolvimento dos indígenas e da Thydêwá alinhado ao desenvolvimento das tecnologias. “Tínhamos projetos há 12 anos atrás que eram realizados com fitas cassetes, hoje estamos trabalhando com a apropriação dos Tablets”, comentou Sebastian Gerlic, presidente da ONG.

“Pontos de Cultura não são $yber Café ou uma Lan House, onde o tempo e a comunicação são colocados como mercadorias, orientadas pelo individualismo”, ressaltou Sebastian, mostrando dois banners pendurados na parede da Thydêwá que tratavam a respeito disso.

Após o almoço o grupo foi dividido em dois, enquanto um participante de cada etnia participava de uma oficina de apropriação tecnológica, outro cuidava da parte burocrática da implantação de um Ponto de Cultura dentro de suas aldeias, junto a Cristiano Passos e equipe da Thydêwá.

Na oficina de apropriação, ministrada por Magno Tupinambá, alguns indígenas instalaram a distribuição do Junta Dados nos computadores, enquanto outros se debruçavam em conhecer as ferramentas que iriam trabalhar. O funcionamento das máquinas, do projetor e das câmeras digitais adquiridas para cada um dos Pontos foi apresentado, além de uma imersão nos potenciais que a distribuição instalada nos computadores oferece.

Após isso, todos reunidos voltaram a discutir sobre a importância da atuação do conselho gestor de cada Ponto e aproveitaram para construir em conjunto os termos de uso dos equipamentos, o que aconteceria caso algum fosse roubado, como serão entregues os relatórios de atividades, entre outras questões importantes de gestão.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”. Confira as partilhas do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra

Na manhã do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra, como todos os dias, foi feito um ritual de abertura indígena, com cânticos em roda. Inicialmente, foi discutida a importância do evento Teia Nacional de Pontos de Cultura para a visibilidade e representatividade dos indígenas. Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC), sugeriu que fosse levado, ao encontro nacional, relatos e registros, em audiovisual por exemplo, da situação tupinambá.

Nhenhety Kariri Xocó, sócio da Thydêwá, abriu o Moytará, apresentando o seu significado. Moytará é uma palavra indígena que significa troca. Esta era uma tradição entre os indígenas da caatinga e da Mata Atlântica, que se encontravam uma vez por ano para trocar produtos da florestas. “Moytará é a história da caçada tradicional”, resumiu. Ele sugeriu fazer um moytará com produtos da tecnologia – livros, cds, vídeos e que a rede de Pontos de Cultura Indígenas será como um Moytará, pois trocará também com outras redes, como a Índio Educa e a RISADA. Alguns indígenas apresentaram os produtos que trouxeram para trocar: frutos, sementes, raízes, livros, etc.

Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), apresentou o Conselho enquanto um espaço de participação e controle social perante o Minc. “Embora tenha um caráter consultivo e não tenha poder de decisão, é um avanço do diálogo entre governo e sociedade civil”, afirmou.

O debate circulou na importância da escolha de representantes dos povos indígenas que estejam comprometidos com a comunidade e a importância de se mobilizar. “Quando a gente pensa em Estado, representatividade é muito difícil. Mas nós enquanto indígenas temos que saber que aquele espaço também é nosso”, disse Naiara, diante das reflexões e exemplos trazidos pelos indígenas. Joel Braz, nome indígena Xarru Ingorá Pataxó, apontou que existe uma dificuldade para se mobilizar: “As pessoas precisam de muita garra e muito pulso para levar um movimento para frente. Não é qualquer coisa não.”

Foi trazida para a roda a extrema importância de ações e alternativas que sejam feitas a partir da base, de dentro da comunidade. Yakui Tupinambá atentou para a necessidade de mobilizar os jovens: “O que nós observamos é que nós precisamos de um movimento com os jovens indígenas .Muitos dos nossos estão se deixando levar. É uma continuação do processo de colonização.”

Diante das dificuldades apontadas para a mobilização e luta indígena, Naiara comentou: “O valor dos povos tradicionais é o valor humano. Nós não somos separados, somos pele vermelha e a luta é única. Quando se fala dos indígenas, se esquecem de falar de todos os atentados que sofremos diariamente. Por exemplo, ser agredido na rua, não ter comida e escola para nossas crianças.” “Existem ainda seres humanos que podemos chamar de gente, estão envolvidos, comprometidos nestas questões para diminuir a desigualdade social”, concluiu Yakuy Tupinambá.

Já fechando a manhã, Deborah apresentou o Plano Setorial de Políticas para os Povos Indígenas e suas três ações centrais: manutenção e transmissão de saberes e práticas indígenas, cultura e economia criativa – inserção da cultura tradicional na merenda indígena, e gestão e participação Social.

No período da tarde, na Oca externa, uma nova roda de apresentação foi iniciada para receber Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Os Tupinambá o deixaram a par da realidade violenta que os indígenas da etnia vêm sofrendo.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”, afirmou Yakuy Tupinambá, que citou os diversos tipos de violência que o povo tem passado. Entre elas o medo, a perda do direito de ir e vir e o dia a dia sob pressão.

Logo após foi iniciado a discussão sobre o Ponto de Cultura dos sonhos de cada uma das comunidades, que encontraram em comum a oportunidade de ter ali um instrumento capaz de aproximar as gerações.

Encontramos também outros sonhos importantes, como o resgate e o fortalecimento cultural, a criação de cineclubes, a criação de oficinas de artesanato, história e agricultura, o fortalecimento da memória, o despertar o interesse pela luta, a possibilidade de melhorar a divulgação da realidade indígena, a emergência de uma sensibilização da sociedade para a causa indígena, a desmistificação do ser índio, a importância de incentivar a liberdade e o uso consciente das tecnologias e a abertura de um espaço de denúncia.

Também foi discutido, em conjunto, como seria o funcionamento de cada Ponto.

Após o intervalo, Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá, ofereceu uma oficina de Fotografia, levando em conta os registros étnicos e as fotos como instrumento de luta, denúncia e capaz de transmitir mensagens. O dia encerrou após o por-do-sol com um ritual.

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Pontos de cultura são um instrumento de luta e de defesa de nossos direitos. Confira como foi o I dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

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Na manhã desta terça-feira (25), a Oca Aberta, espaço externo anexo a sede da Thydêwá, indígenas – representando as 08 comunidades que receberão os Pontos de Cultura (Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankararu, Xokó, Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô) -, e não indígenas se reuniram para o ritual de abertura do I Encontro do Programa Mensagens da Terra.

Fernando Pankararu e Mayá Hãhãhãe, líderes em suas comunidades e sócios fundadores da Thydêwá, puxaram o ritual de abertura, abrindo os trabalhos que seguem até o final da semana. Logo após, o encontro seguiu com a roda tradicional de apresentação, onde cada participante contou um pouco a sua história e o que o trazia até ali.

Entre as inúmeras falas importantes, representando a diversidade cultural e étnica do país, uma delas destacou um assunto que é pauta e elemento decisivo que pode tanto dar continuidade quanto ajudar a diminuir o preconceito que os povos indígenas sofrem. Yakuy Tupinambá trouxe em sua fala a importância de se reconhecer os povos indígenas não por sua aparência, sua fisionomia, mas sim pela sua própria construção de identidade. Ser indígena não é ser limitado em sua aparência, mas ser respeitado pela busca de seus antepassados, de sua própria história. Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, respondeu a fala dizendo que essa é uma luta reconhecida pelo MinC, valorizando a diversidade cultural em seu universo de subjetividades.

A necessidade de uma campanha Estadual e Nacional visando a quebra de paradigmas e dos estereótipos indígenas foi confirmada por todos.

Depois do almoço, as atividades da tarde foram iniciadas com uma apresentação sobre a Thydêwá e os projetos que já foram executados durante esses 12 anos de ONG. Fernando Pankararu, Potyra Tê Tupinambá, Mayá Hãhãhãe, Nhenhety Kariri Xocó e Sebastian Gerlic, sócios da Thydêwá, se revesaram para falar de Índios Online, RISADA, Índio Educa, Índio na visão dos Índios, Índio quer paz, entre outros. . Em seguida, Pedro Vasconscelos apresentou o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva.

“Não existe isso de levar cultura até a algum lugar. Levar a cultura é uma ideia colonizadora. Subentende-se com isso que neste lugar não havia cultura antes”, comentou Pedro. “Precisamos garantir o protagonismo e o emponderamento das comunidades. O Cultura Viva acredita que todos nós produzimos cultura”, finalizou.

Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), partilhou sua experiência com o Programa Cultura Viva. “Não somos público-alvo dessa política, somos agentes. Quem faz o Programa Cultura Viva somos nós que estamos na base, diariamente, buscando conciliar a gestão pública com esse nosso sonho de gestão compartilhada”.

Yuri Bastos, da rede Anísio Teixeira e do Ponto de Cultura Circo do Capão, também contou sua experiência: “Essa é uma oportunidade de se organizar enquanto grupo para ser autônomo e sobreviver com as próprias pernas. Precisamos ser forte para além da existência desse apoio”, comentou.

No final do dia, Sebastian apresentou para os indígenas participantes mais sobre o funcionamento do Programa Mensagens da Terra, cujo objetivo é implementar 08 pontos de cultura que fortaleçam as comunidades indígenas para terem melhor visão crítica e melhor preparo para projetar seus futuros. Juntos, os participantes refletiram sobre o que cada ponto pode fazer e quais são as melhores práticas para a rede alcançar.

“O ponto de cultura não é uma lan house, é uma ferramenta de empoderamento da comunidade para fortalecimento da cultura. O ponto é de toda a comunidade, mas a existência de um comitê gestor pode contribuir para o planejamento e realização dos trabalhos”, disse Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC).

Para Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), os Pontos de Cultura são uma forma de ser visualizado pelo sistema. “É um instrumento de luta. Pontos de Cultura podem ser pensados para a defesa dos nossos direitos”, argumentou. Naiara finalizou trazendo a reflexão sobre os Pontos de Cultura como espaços de promoção de vida, de manifestação cultural, para que possamos conhecer e viver a diversidade.

Yuri encerrou o I Dia de Encontro com um cordel sobre a rede Anísio Teixeira.

 

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Indígenas de oito povos se reúnem para criar a rede de Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Na terça-feira, dia 25, terá início o primeiro encontro do programa Mensagens da Terra na sede do Pontão Esperança da Terra, em Olivença, Bahia. Indígenas de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL) –  se reunirão para debater o funcionamento e  práticas de gestão dos Pontos de Cultura que serão implantados pelo programa.
O  Mensagens da Terra, de autoria da ONG Thydêwá e com o apoio do Ministério da Cultura, visa capacitar 100 Agentes Indígenas de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do Planeta e de suas comunidades. Os indígenas participarão de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de fortalecer suas culturas e melhorar a Educação, Cidadania, e Sustentabilidade em suas comunidades.
No encontro, através de metodolodia aberta e participativa fundamentada nas Rodas de Conversas, serão abordados temas como o valor da cultura indígena, identidade, diversidade cultural, cultura da paz, cidadania, sustentabilidade,entre outros. Nas rodas, cada participante partilha seu ponto de vista, sua experiência, seus sonhos e seu futuro; a vivência, a fala e os rituais são tidos como elementos fundamentais para a compreensão da cultura particular de cada comunidade.
O encontro contará também com a presença de visitantes que contribuirão para a criação de uma partilha pluricultural e multiétnica. Entre eles, Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; Débora Castro, consultora de culturas indígenas e coordenadora geral de Programas e Projetos Culturais (CGPPC); Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC); Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra.
Este é o primeiro dos 06 encontros presenciais de 40h que ocorrerão durante a duração do Programa. Serão realizadas também oficinas em cada um dos Pontos de Cultura Indígenas e será criada uma Comunidade Virtual de Aprendizagem – um espaço onde os participantes poderão construir conhecimento e trocar experiência através da partilha em rede na internet.
“Desejamos que as comunidades se empoderem dos Pontos de Cultura Indígena e consigam fazer uma gestão para que as melhorias cheguem em suas comunidades”, disse Potyra Tê Tupinambá, sócia e diretora executiva da Thydêwá, em meio aos preparativos para o primeiro encontro, anunciando as expectativas para os três anos de projeto que estão pela frente.
Serviço:
O quê: I Encontro do Programa Mensagens da Terra
Quem: Um produção da Organização Não-governamental (ONG) Thydêwá, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), com a parceria e a participação de 08 comunidades indígenas do Nordeste
Quando: 25 a 29 de março de 2014
Onde: Sede do Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), em Olivença, Ilhéus (BA).
Sugestões de fonte: Sebastián Gerlic (presidente da Thydêwá); Potyra Tê Tupinambá (indígena Tupinambá e diretora executiva da ONG)
Mais informações: www.thydewa.org

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Potyra Tê, diretora executiva da Thydêwá, debaterá, junto com outros indígenas Tupinambá, a realidade Tupinambá hoje
Potyra Tê, diretora executiva da Thydêwá, debaterá, junto com outros indígenas Tupinambá, a realidade Tupinambá hoje

 

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Foto ilustrativa do encontro no projeto Oca Digital
Foto ilustrativa do encontro no projeto Oca Digital

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Oficina de vídeo e animação visa fortalecer cultura Tupinambá

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Silia Moan, com Pitchy e Atã, indígenas Tupinambá, na oficina

A artista gráfica Silia Moan veio passar uma temporada de um mês na Thydêwá para desenvolver oficinas de edição de vídeo e animação com os indígenas da etnia Tupinambá. Ao final da oficina, que iniciou na semana passada, terão produzido vídeo-clipes para um DVD com as músicas tradicionais indígenas.

O trabalho é todo feito baseado na criação coletiva por parte dos indígenas, com o suporte e apoio da oficineira, e na utilização de softwares livres, como Gimp, Inkscape e Kdenlive.

Veja o depoimento de dois indígenas que estão participando das oficinas.

Evandro Bonfim. Nome indígena: Amatiry, 16 anos

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Evandro em dia de visita de Silia Moan à aldeia Tupinambá

“Estou aprendendo a desenvolver trabalho com software livre que eu não tinha conhecimento. Descobri que é melhor que o pago pois são bem mais fáceis e não precisa pagar. Tenho ajudado a desenhar, a editar. Estou dando um apoio, mas com o apoio estou também aprendendo. Este DVD vai ser muito importante para língua e cultura Tupinambá. Porque a cultura hoje em dia está se perdendo aos poucos. São poucos jovens que tentam se reconhecer como indígena Tupinambá. Outros têm vergonha, e são influenciados pelos próprios pais a negar a identidade. Para mim, ser indígena é ser normal , como uma pessoa qualquer, mas com costumes diferentes.”
Juvani Santos. Nome indígena: Pitchy, 30 anos
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“Nas oficinas, eu aprendi a mexer mais com o computador. Porque eu já tinha feito um curso mas não tinha praticado. Para mim, é muito importante porque eu sou professora de educação infantil e vai ajudar bastante para desenvolver o trabalho com as crianças.  A gente já pratica o Porancy com elas todos os dias.  Mas acho que esse DVD vai fazer elas valorizarem mais os Porancy e os cantos indígenas. Elas vão entender melhor na cabecinha delas. E vão começar a passar para os coleguinhas a importância disso, porque estão envolvidos diretamente.”

* Esta atividade faz parte do projeto “Fortalecendo a Cultura e Língua Tupinambá” e conta com o apoio da Secretaria de Cultura, do Governo da Bahia e com a coordenação geral da Potyra Tê Tupinambá.

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No último dia de encontro mulheres debatem o futuro do projeto

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No último dia do I Encontro Pelas Mulheres Indígenas foram retomadas as demandas apontadas pelas participantes durante a semana e discutido quais seriam as próximas ações dentro das comunidades. As mulheres também avaliaram como foi a semana, e sugeriram quais temas gostariam de tratar nos próximos encontros. Em uma votação foi definido os temas sexualidade e gestação para o próximo encontro que ocorrerá no mês de maio.

Para encerrar, todas as mãos se uniram em uma roda de despedida, onde cada participante pôde contar um pouquinho sobre como foi a experiência e o que espera para os próximos meses em que estaremos reunidas. Maria Cristina, psicóloga sócia da organização “Profesionales Latinoamericanos contra el Abuso de Poder”, terminou com uma frase inspiradora para todas: “Toda reunião em que se encontrem somente mulheres é transformadora e revolucionária por si só”

*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.

 

Ação em comunidade marca quarto dia

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Começamos o quarto dia do encontro Pelas Mulheres Indígenas construindo um acordo para ação em comunidade. De acordo com as demandas encontradas nos três dias de encontro, as duas mulheres de cada etnia propuseram  um acordo para ação com as mulheres em sua aldeia.  Reuniões, visitas às casas das mulheres, busca de parcerias com órgãos públicos e universidade, realização de bazar, estiveram entre as atividades pensadas.

Marli Almeida, especialista em feminismo, apresentou a experiência da Rede das Mulheres do Sertão de Pajeú, inspirando ações mobilizadoras positivas na área da Economia Solidária. As mulheres exploraram ainda mais o tablet, com a segunda Oficina de Tecnologia ministrada por Fernanda Martins, e começaram a elaborar o perfil para o site do Projeto. Amanhã encerra nossa semana de encontro, que foi de grande aprendizado para todas!

 *Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.

 

Terceiro dia de encontro com o Tablet na mão

 

O terceiro dia do encontro Pelas Mulheres Indígenas iniciou com a discussão sobre o filme a “A Cor Púrpura”, coordenada pela Maria Cristina, psicóloga argentina especializada em violência conjugal. Uma roda para compartilhamento de histórias e lembranças que vieram à tona durante o filme foi iniciada e durou horas. O filme despertou reflexões, memórias e revelações sobre a violência e opressão contra as mulheres. “Apesar de tudo, de todas as dificuldades, ela pode ser uma mulher feliz…”, concluiu uma das participantes.

À tarde, seguimos com Potyra Tê Tupinambá, advogada indígena, apresentando a lei Maria da Penha e a violência na perspectiva da legislação brasileira. Depois, Fernanda Martins, jornalista especializada em mídias digitais, deu a primeira Oficina de Tecnologia. Algumas participantes estavam usando  um tablet pela primeira vez , algumas não tinham também conta de e-mail. Mas estavam animadas para aprender! 

 

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*Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.

Segundo dia do encontro das mulheres indígenas

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Hoje, demos continuidade ao nosso primeiro encontro Pelas Mulheres Indígenas. Para começar o dia, as participantes se uniram em um lindo ritual aos integrantes do projeto “Fortalecendo a Cultura e Língua Tupinambá”, que também está ocorrendo essa semana na OCA da Thydêwá.

Depois, demos seguimento à discussão do tema violência. Maria Cristina Vila, psicóloga argentina especialista em violência conjugal, foi a facilitadora temática do dia. Ficou a mensagem de que a violência contra a mulher é um problema social que ultrapassa fronteiras de raça e classe social e de que precisamos pensar e rever os valores que levam à estática alarmante de 50% dos homens do mundo exercendo algum tipo de violência sobre a mulher (psicológica, física e/ou sexual).

À tarde, assistimos o filme “A Cor Púrpura” que traz o tema de forma chocante mas muito pertinente, além de apresentar muitos outras sugestões para refletir as injustiças de gênero e sociais. Seguimos para mais um dia com a força da Mãe Terra!

 *Este projeto é patrocinado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Presidência República.