Pontos de Cultura Indígena de oito aldeias se encontram para Rodas de Conversa e manifestações culturais no MAM/BA

A ONG Thydêwá promove o VI Encontro de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste, em Salvador Bahia. Dentro da programação do Encontro 16 indígenas apresentarão suas manifestações culturais e há uma parte especial destinada a dialogar com o público, na sexta feira 31 de agosto, no sábado 1º e no domingo 2 de setembro, das 14h às 18h, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), com entrada gratuita. No MAM está acontecendo a Mostra Interativa AEI – Arte Eletrônica Indígena, e durante os últimos três dias da mostra, haverá apresentações de cantos e danças indígenas, Rodas de Conversas com projeção de vídeos sobre a cultura desses povos e visitas guiadas pelos artistas indígenas.

Durante o Encontro estarão presentes representantes indígenas de oito Pontos de Cultura Indígena (PCI) de oito comunidades: Os Pataxó da Aldeia Trambuco (Porto Seguro); os Pataxó Hãhãhãe da Aldeia Milagrosa (Pau Brasil); os Pataxó da Aldeia 2 Irmãos (Cumuruxatiba – Prado); os Tupinambá de Olivença da Aldeia Itapoã (Ilhéus) – todos os localizados na Bahia; os Pankararu (Tacaratu – Pernambuco), os Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio – Alagoas), os Karapotó Plaki-ô (São Sebastião – Alagoas) e os Xokó (Porto da Folha – Sergipe).

Nas dinâmicas exclusivas para os indígenas, os representantes devem avaliar o projeto “Mensagens da Terra”, de autoria da ONG Thydêwá que tem o apoio do Ministério da Cultura e visa fortalecer indígenas como Agentes de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do planeta e de suas comunidades. Os indígenas participaram de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de afirmar e valorizar suas culturas, conhecimentos e memórias, bem como buscar dignidade para a vida em suas comunidades.

Entre as vitórias do programa “Mensagens da Terra” a rede lançou cinco livros multiétnicos de autoria coletiva dos indígenas, disponibilizou mais de 70 curta-metragens na internet e vem apoiando a rede “Pelas Mulheres Indígenas”.

A rede de Pontos de Cultura Indígena (PCI) teve como resultado de destaque a Mostra “Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa”, com trabalhos cocriados entre indígenas brasileiros e artistas do Brasil, Reino Unido e Bolívia, selecionados via edital para residências artísticas nas comunidades indígenas participantes da rede, nos estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Sergipe.

As obras interativas tratam da reivindicação de terras, da preservação da memória e do diálogo entre gerações, destacando também a cultura indígena na música, na fotografia, no vídeo, na cartografia dos sons, na escultura, na tecelagem, na colagem digital, nas pinturas rupestres, na projeção eletrônica da pintura corporal entre outras manifestações artísticas.

O AEI (http://aei.art.br/) foi idealizado pela ONG Thydêwá (https://www.thydewa.org/) com patrocínio da Oi e Estado da Bahia, com apoio do Oi Futuro e da British Academy. O projeto é um programa de vanguarda e inovação que promoveu a produção colaborativa e cocriada entre artistas e indígenas de diferentes povos. Muitas das iniciativas selecionadas abordam linguagens artísticas ainda não nomeadas, expressões híbridas, fusão de suportes, e a convergência das tecnologias analógicas e digitais, potencializando a expressão da vida.

SERVIÇO
O QUÊ: Rodas de Conversa e Arte Eletrônica Indígena (AEI): uma exposição interativa.
QUANDO: Rodas de Conversa, exibição de vídeos e visitas guiadas com os artistas indígenas de 14h às 18h, nos dia 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Exposição Arte Eletrônica Indígena até 02 de setembro, das 13h às 18h.
ONDE: Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) – Salvador (BA)
VALOR: Entrada gratuita

MENSAGENS DA TERRA: Confira as últimas novidades dos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Os últimos meses foram de bons encontros nos Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste. Graças a Tupã a rede pode sair um pouco do virtual e se conectar pessoalmente.

Encontro de Pajés e Encontro dos Pontos de Cultura Indígenas em Pataxó Hahahãe (Pau Brasil, Bahia), 25 a 30 de maio de 2018

Logo após o Encontro tivemos um intercâmbio entre mulheres indígenas da rede Pelas Mulheres Indígenas na Associação de Mulheres Indígenas Guerreiras Pankararu


Escute agora o programa de rádio produzido durante o intercâmbio:

No mês de junho e julho duas atividades estão circulando entre os Pontos de Cultura Indígenas:

A primeira é oficina de vídeo:

A segunda são as residências do projeto Arte Eletrônica Indígena,

Você pode acompanhar o projeto Arte Eletrônica Indígena pelo blogue no site ou pelo grupo no Facebook.

 

Mensagens da Terra: Acompanhe os desdobramentos da rede no 1o semestre de 2017

O programa MENSAGENS DA TERRA atua em sinergismo com alguns outros empreendimentos sociais apoiados pela Thydêwá, executados na mesma rede de 08 povos indígenas. Neste primeiro semestre de 2017 demos início a microprojetos protagonizados pelos indigenas como:

1. “Água do Alto Sagrado” – Comunidade Indígena Kariri-Xocó – Porto Real do colégio/AL, projetando melhorar a qualidade de vida da comunidade através de irrigação para pisicultura e hortas.
2. “Esverdeando a comunidade indígena Karapoto Plak-ô” – São Sebastião/AL. introduzindo o reflorestamento e quintais produtivos.
3. “Uma Fonte de Vida” Preservando a Fonte Grande do Terreiro Sagrado que é fonte de agua e de espiritualidade para o povo Pankararu – Jatoba/PE

E demos continuidade a radio web: Rádia Cunhã: a voz das mulheres indígenas. Sintonize-se com a realidade das Mulheres Indígenas através de nosso canal no youtube.

Encontro de mulheres indígenas para a Rádia Cunhã: março de 2017

Célio Turino presente no encontro dos Pontos de Cultura Indígena – 2017

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM AGOSTO DE 2017

Agosto foi um mês muito especial para a rede de Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Vibramos e torcemos juntos pelo juri do amigo Joel Braz, que ocorreu no dia 16 deste mês, em Eunápolis (BA). Desde 2007 Joel estava vivendo em prisão domiciliar, acusado de homícidio. Este foi o sexto e último processo respondido por Joel, que foi inocentado em todos. O juri começou 8h30 da manhã e terminou às 19h. Várias comunidades do sul e do extremo sul da Bahia se articularam para estar presentes em solidariedade ao parente.

 

 

 

Pataxó – Aldeia 2 irmãos

Nos foi avisado que o cacique Antônio (Pataxó) foi pego pela polícia, em Cumuruxatiba. Ele e sua família estavam dentro de um carro indo para a retomada no lote do Incra. A mídia informou que era um carro roubado, mas segundo a cacique Maria D’Ajuda essa informação é incorreta. Que o carro é da SESAI emprestado para o cacique.

Horta de couve de Dona Ana
Alunos da creche 2 irmãos
Professor Ilauro
Visita dos profissionais do Estado para a reforma da Escola
Plantio de mandioca
Reunião com lideranças da Aldeia Pequi

 



“Todos temos que seguir por esta estrada maravilhosa. Assim nenhuma comunidade terá fome, só alegria. Beijos Tia Mayá”

Jenipapo verde, como se faz tinta
Tinta pronta
Mutirão para o trabalho no ponto de cultura da aldeia 2 irmãos

Visita do MEC na aldeia 2 irmãos
Reunião FNDE na aldeia Kai

 

Karapotó-Plaki ô

Reforma do Ponto de Cultura

Reunião com Secretaria do Meio Ambiente
Hora do manguty
Curso de igualdade nas aldeias

Encontro sobre gênero. Realizado em Cumuruxatiba

 

Pataxó Hahahãe

Colheita de milho crioulo de Tia Mayá. Quem já comeu o cuscuz sabe como é bom!
Encontro de mulheres indígenas na aldeia Baheta, Itaju do Colônia.

Tia Mayá entre os dias 21 e 22 de agosto participou de um encontro com o grupo Anjos da Arte, iniciado como Biblioteca de Rua, do Caxambu (Morro dos Anjos – Petrópolis – RJ). Sebastian Gerlic e Mayá utilizaram ferramentas da metodologia Dragon Dreaming para transformar sonhos em realidade.

Kariri Xocó 

 

Pankararu

O povo Pankararu desde o dia 28 deste, vem ocupando a casa da Diretoria da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco- CHESF, Torres de transmissão de linhas eletricas de alta tensão e no dia de hoje (30/08), por volta das 15 hs 00, o Prédio que funcionava como escritório da CODVASF, próximo a Escola Municipal Professora Djanira Dória. O ato tem como principal reivindicação fazer com que a aludida Companhia reconheça que possui uma DÍVIDA SOCIAL, CULTURAL E HISTÓRICA COM O NOSSO POVO.
Nossa mobilização requer a participação e empenho de todos nós Pankararu pela conquista e garantia de nossos direitos.
Nossa luta tem contado com a colaboração de alguns parceiros do campo jurídico e político, bem como da ARTICULAÇÃO DOS POVOS E ORGANIZAÇÃO INDÍGENA DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTOS – APOINME, mas ainda não é o suficiente. A luta nesses últimos dias não tem sido fácil, pois a CHESF tem se demonstrado inrresolutiva as nossas questões.
É por essas e outras razões que venho em nome da mobilização Pankararu solicitar o apoio dos demais Pankararu, que por solidariedade e reconhecimento a história de luta de seu próprio povo possam nos ajudar nessa causa. Somos muitos Pankararu e temos muitos com formação em diferentes áreas. Advogados, antropólogos, historiadores, sociólogos entre muitos outros. É chegada a hora minha gente, não vamos deixar que o nosso povo perca essa batalha. Se não for agora, será nunca mais.

Pataxó Barra Velha

Tia Mayá narrou todo o julgamento do colega Joel Braz, no dia 16 de agosto. Informou à rede que os advogados de defesa foram brilhantes. Joel esteve tranquilo e confiante durante todo o julgamento. A força dos encantados esteve presente. Uma forte rede neste dia estava conectada a Joel, amigos de todas as partes, parentes, toda a rede dos PCI. No fim da tarde tivemos a notícia que Joel foi inocentado após 10 anos de prisão domiciliar.

Jury de Joel Braz reuniu muita gente!

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM OUTUBRO DE 2017

No mês de outubro os Pontos de Cultura começaram a articular a chegada de mulheres Dragon Dreaming nas aldeias. As visitas ocorrerão entre os meses de novembro a fevereiro. O projeto Redes de Sororidade é mais uma forma de potencializar a rede Pelas Mulheres Indígenas.

Além disso tivemos muitas fotos compartilhadas em nossa rede: Hortas, retomadas, denúncias, ervas para uso medicinais.

Este mês foi bastante movimentado em nossa rede.

O povo Pataxó Hahahãe fez denúncias neste mês sobre abuso da Polícia Militar contra os indígenas em uma ocupação em Potiraguá onde fazendeiros usufruíam de território indígena.

“…Áreas desmata para fazer pasto!
A luta pela a conquista da terra é uma escolha dos Pataxó Hãhãhãe que honram o seu direito. Entretanto a sociedade precisa apoiar essa causa, a maior parte de nosso território nacional está nas mãos dos fazendeiros. Terras que eles exploram todos os recursos naturais, através de desmatamentos, mineração, contaminam o solo com venenos, secam os recursos hídricos. Enfim uma fazenda que eles têm apenas 2 funcionários nós estamos ocupando com 150 famílias indígenas, e que vão viver na produção de agricultura familiar, produzindo alimentos saldáveis. A terra é sagrada e pertence a nós indígenas, estamos a mais de 8 dias ocupando o território. E vamos resistir. Já recebemos a visita do FUNAI, e da Policia Federal, da polícia Militar que esteve visitando a área. Sociedade Brasileira, os mapas provam que a área pertencente a nós indígenas, quando da sua demarcação iniciada em 1936 e terminada em 1938, foi dividida ao meio em acordo do SPI com o estado da Bahia, sem o consentimento nem o conhecimento dos índios, principais interessados na área. A parte subtraída da área original dos índios foi doada a fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como mostra o mapa. Nesta área reclamada por nós indígenas, existem cemitérios indígenas e situa-se ao lado da Serra do Couro D’Antas…”

Já no clima Memória Viva, neste mês tivemos também a Feira de Ciências do Colégio Estadual Indígena da Aldeia Caramuru, Anexo Água Vermelha. Dona Mayá foi convidada representando a sabedoria das anciãs. Na Feira de Ciências teve um momento do plantio das Ervas Medicinais: “Muito enriquecedor as crianças e professores interagindo com essa atividade. Gratificante aprendermos o quanto é rica a localidade onde vivemos. Vamos preservar e conservar o Meio Ambiente!”

O povo Tupinambá também enfrentam situações de risco em uma retomada. No dia 3 de outubro eles ocuparam a fazenda do falecido Mário Bucharff, que está inserida dentro do território indígena tupinambá. Além disso, foi vetado o trânsito dos indígenas dentro dos pertences da fazenda, fazendo com que os indígenas que residem por trás dela ter que dar uma volta de difícil acesso por mais de 15km para chegar ao ponto de ônibus, infringindo seus direitos de ir e vir. Após a ocupação os indígenas enfrentaram ataquece da polícia militar da Bahia.

Os Pankararu passaram por uma situação inadmissível:
“Aldeia brejo dos padres Policiais entraram em nosso território, em meio da nossa tradição. Tradição do São Gonçalo, que acontece anualmente, abordando romeiros de Santa brigida, e repreendendo (armas) que são utilizadas na tradição, a muitos e muitos anos, colocaram no camburao, mais de seis pessoas, entre eles uma pessoa com problemas mentais, atiraram para cima, na intenção de intimidar, usou esprei de pimenta em um indígena, sem ao menos ele oferecer risco algum, abuso de poder , fomos coagidos , por pouco não acabaram com nossa tradição no momento, mas juntos somos mais fortes , vivemos lutando a décadas , não seria hoje que iríam nos intimidar.como chegar em uma ária indígena e não se informar o porque daquilo está acontecendo, já vem utilizando da autoridade, somos indígenas, temos nossa tradição, nossa peculiaridade, se informem, respeitem”

A cacica Maria D’Ajuda Pataxó segue firme em suas articulações, especialmente pelas mulheres indígenas e não indígenas

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

MENSAGENS DA TERRA: CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NA REDE DOS PONTOS DE CULTURA INDÍGENA DO NORDESTE EM JULHO DE 2017

A rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste começou o mês de julho com construção e reivindicações. Na aldeia 2 irmãos, em Pataxó de Cumuruxatiba, um forno comunitário foi construído, enquanto as ervas medicinais, importantes para a manutenção da saúde e da cultura indígena, seguiam seu ritmo de crescimento…

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Mensagens da Terra: Confira tudo que aconteceu na rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste em Junho de 2017

A partir de agora iremos postar mensalmente algumas informações trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste.

Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

Seguem agora algumas imagens e mensagens compartilhadas no mês de Junho de 2017, mês de uma das principais festas do Nordeste, o São João, e teve até forró dentro das aldeias…

Pataxó Hahahãe

Teve ação com as crianças e comunidade

Tia Mayá, Pataxó Hahahãe, narrando a história da agricultura no povo Pataxó Hahahãe. Contando a importância de preservar essa cultura milenar. Encontro Celebrando a Semente pela associação AHIAV. Viva a agricultura, viva Hahahãe (Relato por Fabrício Titiah)

Teve forró no São João também…

Pataxó Cumuruxatiba

A cacique Maria D’Ajuda em uma de suas reuniões em prol do bem de sua comunidade, dessa vez para trabalhar reflorestamento.

Relato de Maria D’Ajuda no mês de Junho:

“Estamos na luta esse mês. A luta foi muito forte, ocupamos a pista por duas vezes para resolver a nossa educação, o pagamento dos motoristas e também sobre nossa saúde. Os carros (para transporte escolar) não estão suprindo as necessidades das comunidades, apenas 1 carro para 14 aldeias. Ontemos tivemos com o ministério público em Teixeira de Freitas”.

Kariri Xocó

Teve festa em Kariri Xocó, viva São João!

Diariamente são postadas muitas mensagens nos grupos da rede dos Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Essa postagem é uma maneira de deixar registrado e compartilhar com o mundo algumas informações a respeito do andamento das atividades em cada ponto, do dia a dia das aldeias e da cultura indígena.

Awêre.

“A voz indígena não pode ser calada”. Entenda como os Pontos de Cultura podem ser instrumentos para o fortalecimento da luta

Mais convidados chegaram para o penúltimo dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra. Dessa vez, Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra, se uniram aos trabalhos que começaram na terça-feira e terminam amanhã.

Após a roda de abertura , que se inicia sempre com rituais indígenas, 24 pessoas se apresentaram passando o bastão da fala, tornando esse momento um espaço de troca e partilha de conhecimentos. “Aqui o conhecimento coletivo vai sendo construído a partir de trocas”, refletiu Joana Brandão, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República.

Durante a manhã assuntos voltados as comunidades foram debatidos, entre eles saúde, terra, educação, cultura e de que forma tudo isso pode dialogar com os Pontos de Cultura Indígenas. “O Ponto é pequeno, mas tem potencial realizador”, disse Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá. “Índios Online também parecia pequeno, mas teve uma repercussão muito grande”, acrescentou. Cada indígena participante trouxe à tona as demandas de suas comunidades. “A saúde está uma miséria na nação Pankararu”, disse Fernando Pankararu. “90% dos indígenas tem que comprar seus próprios remédios”, finaliza. Todos os participantes foram enfáticos: Está um descaso a situação indígena no Brasil. “A luta indígena não é só importante para os indígenas, mas também para não indígenas”, disse Bruno Tarin.

O pensar nos Pontos de Cultura de acordo com as demandas de cada comunidade foi sendo tecido em conjunto por cada um presente na roda. “Cada aldeia tem uma característica própria. Os Hãhãhãe já têm seu território demarcado, então pode-se trabalhar o fortalecimento da cultura, já os tupinambá ainda estão em processo de demarcação, o trabalho pode ser voltado para a luta”, ponderou Nhenety Kariri-Xocó. “A voz indígena não pode ser calada”, finalizou.

Diálogos da Terra

“Eu digo com orgulho: Tenho 26 anos e não sei o que é lutar por terra”, comentou um jovem Xokó. “Isso porque seus antepassados lutaram por ela”, respondeu Fernando Pankararu. “A casa da gente é onde nosso antepassado caçou, pescou, dormiu, tomou banho, assou seu peixe, caminhou, cantou seus toantes, foi enterrado”, acrescentou.

Outro dia eu chorei na margem do rio São Francisco”, continuou Fernando, ao se lembrar que nas margens do rio que os Pankararu tradicionalmente pescavam está tomada, restando aos indígenas um espaço mínimo para se banhar. “Precisamos de um documento para denunciarmos o que está ocorrendo em nossas comunidades. As aldeias estão sem agentes de saúde e tem indígena tomando vacina na beira da estrada”, concluíram todos os indígenas juntos.

“Os primeiros habitantes do país não são valorizados. Valorizam aquilo que não é importante para nós, como a copa do mundo, por exemplo”, disse Maria Da Ajuda, Pataxó. “Chegou a hora da gente escrever o que a gente fala. A história acontece quando a gente escreve. A escrita serve como prova. Precisamos aprender a nova realidade do mundo”, comentou Nhenety Kariri-Xocó.

Diagnósticos situacionais

O que faz um Tupinambá aqui e agora? Pensar em uma perspectiva que entende a cultura como um processo que só compreende quem vive o dia a dia dela foi o que conduziu Bruno Tarin e Laila Sandroni durante o trabalho que fizeram no projeto Tupi Vivo (http://www.tupivivo.org.)

Após essa experiência, ambos serão os encarregados, junto com os indígenas de cada comunidade, pelo diagnóstico situacional das aldeias. Para isso outras perguntas trazidas são: “Afinal, o que é esse ponto de cultura, o que ele poderia ser e quais são as vontades e os sonhos de todos?”. Como os Pontos de Cultura chegam nas aldeias, como ele funciona e o que ele significa são outros dos pontos importantes para a realização desse trabalho.

Pontos de cultura são um instrumento de luta e de defesa de nossos direitos. Confira como foi o I dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

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Na manhã desta terça-feira (25), a Oca Aberta, espaço externo anexo a sede da Thydêwá, indígenas – representando as 08 comunidades que receberão os Pontos de Cultura (Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankararu, Xokó, Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô) -, e não indígenas se reuniram para o ritual de abertura do I Encontro do Programa Mensagens da Terra.

Fernando Pankararu e Mayá Hãhãhãe, líderes em suas comunidades e sócios fundadores da Thydêwá, puxaram o ritual de abertura, abrindo os trabalhos que seguem até o final da semana. Logo após, o encontro seguiu com a roda tradicional de apresentação, onde cada participante contou um pouco a sua história e o que o trazia até ali.

Entre as inúmeras falas importantes, representando a diversidade cultural e étnica do país, uma delas destacou um assunto que é pauta e elemento decisivo que pode tanto dar continuidade quanto ajudar a diminuir o preconceito que os povos indígenas sofrem. Yakuy Tupinambá trouxe em sua fala a importância de se reconhecer os povos indígenas não por sua aparência, sua fisionomia, mas sim pela sua própria construção de identidade. Ser indígena não é ser limitado em sua aparência, mas ser respeitado pela busca de seus antepassados, de sua própria história. Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, respondeu a fala dizendo que essa é uma luta reconhecida pelo MinC, valorizando a diversidade cultural em seu universo de subjetividades.

A necessidade de uma campanha Estadual e Nacional visando a quebra de paradigmas e dos estereótipos indígenas foi confirmada por todos.

Depois do almoço, as atividades da tarde foram iniciadas com uma apresentação sobre a Thydêwá e os projetos que já foram executados durante esses 12 anos de ONG. Fernando Pankararu, Potyra Tê Tupinambá, Mayá Hãhãhãe, Nhenhety Kariri Xocó e Sebastian Gerlic, sócios da Thydêwá, se revesaram para falar de Índios Online, RISADA, Índio Educa, Índio na visão dos Índios, Índio quer paz, entre outros. . Em seguida, Pedro Vasconscelos apresentou o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva.

“Não existe isso de levar cultura até a algum lugar. Levar a cultura é uma ideia colonizadora. Subentende-se com isso que neste lugar não havia cultura antes”, comentou Pedro. “Precisamos garantir o protagonismo e o emponderamento das comunidades. O Cultura Viva acredita que todos nós produzimos cultura”, finalizou.

Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), partilhou sua experiência com o Programa Cultura Viva. “Não somos público-alvo dessa política, somos agentes. Quem faz o Programa Cultura Viva somos nós que estamos na base, diariamente, buscando conciliar a gestão pública com esse nosso sonho de gestão compartilhada”.

Yuri Bastos, da rede Anísio Teixeira e do Ponto de Cultura Circo do Capão, também contou sua experiência: “Essa é uma oportunidade de se organizar enquanto grupo para ser autônomo e sobreviver com as próprias pernas. Precisamos ser forte para além da existência desse apoio”, comentou.

No final do dia, Sebastian apresentou para os indígenas participantes mais sobre o funcionamento do Programa Mensagens da Terra, cujo objetivo é implementar 08 pontos de cultura que fortaleçam as comunidades indígenas para terem melhor visão crítica e melhor preparo para projetar seus futuros. Juntos, os participantes refletiram sobre o que cada ponto pode fazer e quais são as melhores práticas para a rede alcançar.

“O ponto de cultura não é uma lan house, é uma ferramenta de empoderamento da comunidade para fortalecimento da cultura. O ponto é de toda a comunidade, mas a existência de um comitê gestor pode contribuir para o planejamento e realização dos trabalhos”, disse Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC).

Para Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), os Pontos de Cultura são uma forma de ser visualizado pelo sistema. “É um instrumento de luta. Pontos de Cultura podem ser pensados para a defesa dos nossos direitos”, argumentou. Naiara finalizou trazendo a reflexão sobre os Pontos de Cultura como espaços de promoção de vida, de manifestação cultural, para que possamos conhecer e viver a diversidade.

Yuri encerrou o I Dia de Encontro com um cordel sobre a rede Anísio Teixeira.

 

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