“A voz indígena não pode ser calada”. Entenda como os Pontos de Cultura podem ser instrumentos para o fortalecimento da luta

Mais convidados chegaram para o penúltimo dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra. Dessa vez, Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra, se uniram aos trabalhos que começaram na terça-feira e terminam amanhã.

Após a roda de abertura , que se inicia sempre com rituais indígenas, 24 pessoas se apresentaram passando o bastão da fala, tornando esse momento um espaço de troca e partilha de conhecimentos. “Aqui o conhecimento coletivo vai sendo construído a partir de trocas”, refletiu Joana Brandão, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República.

Durante a manhã assuntos voltados as comunidades foram debatidos, entre eles saúde, terra, educação, cultura e de que forma tudo isso pode dialogar com os Pontos de Cultura Indígenas. “O Ponto é pequeno, mas tem potencial realizador”, disse Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá. “Índios Online também parecia pequeno, mas teve uma repercussão muito grande”, acrescentou. Cada indígena participante trouxe à tona as demandas de suas comunidades. “A saúde está uma miséria na nação Pankararu”, disse Fernando Pankararu. “90% dos indígenas tem que comprar seus próprios remédios”, finaliza. Todos os participantes foram enfáticos: Está um descaso a situação indígena no Brasil. “A luta indígena não é só importante para os indígenas, mas também para não indígenas”, disse Bruno Tarin.

O pensar nos Pontos de Cultura de acordo com as demandas de cada comunidade foi sendo tecido em conjunto por cada um presente na roda. “Cada aldeia tem uma característica própria. Os Hãhãhãe já têm seu território demarcado, então pode-se trabalhar o fortalecimento da cultura, já os tupinambá ainda estão em processo de demarcação, o trabalho pode ser voltado para a luta”, ponderou Nhenety Kariri-Xocó. “A voz indígena não pode ser calada”, finalizou.

Diálogos da Terra

“Eu digo com orgulho: Tenho 26 anos e não sei o que é lutar por terra”, comentou um jovem Xokó. “Isso porque seus antepassados lutaram por ela”, respondeu Fernando Pankararu. “A casa da gente é onde nosso antepassado caçou, pescou, dormiu, tomou banho, assou seu peixe, caminhou, cantou seus toantes, foi enterrado”, acrescentou.

Outro dia eu chorei na margem do rio São Francisco”, continuou Fernando, ao se lembrar que nas margens do rio que os Pankararu tradicionalmente pescavam está tomada, restando aos indígenas um espaço mínimo para se banhar. “Precisamos de um documento para denunciarmos o que está ocorrendo em nossas comunidades. As aldeias estão sem agentes de saúde e tem indígena tomando vacina na beira da estrada”, concluíram todos os indígenas juntos.

“Os primeiros habitantes do país não são valorizados. Valorizam aquilo que não é importante para nós, como a copa do mundo, por exemplo”, disse Maria Da Ajuda, Pataxó. “Chegou a hora da gente escrever o que a gente fala. A história acontece quando a gente escreve. A escrita serve como prova. Precisamos aprender a nova realidade do mundo”, comentou Nhenety Kariri-Xocó.

Diagnósticos situacionais

O que faz um Tupinambá aqui e agora? Pensar em uma perspectiva que entende a cultura como um processo que só compreende quem vive o dia a dia dela foi o que conduziu Bruno Tarin e Laila Sandroni durante o trabalho que fizeram no projeto Tupi Vivo (http://www.tupivivo.org.)

Após essa experiência, ambos serão os encarregados, junto com os indígenas de cada comunidade, pelo diagnóstico situacional das aldeias. Para isso outras perguntas trazidas são: “Afinal, o que é esse ponto de cultura, o que ele poderia ser e quais são as vontades e os sonhos de todos?”. Como os Pontos de Cultura chegam nas aldeias, como ele funciona e o que ele significa são outros dos pontos importantes para a realização desse trabalho.

“É preciso usar a Internet em prol da nossa cultura”. Veja como foi o 3o dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

O terceiro dia do I Encontro do Programa Mensagens da Terra começou com os rituais indígenas de abertura, unindo todos os povos em uma só roda, onde se canta e dança ao som de toantes, torés e porancys de cada uma das comunidades.

Em seguida, mais uma vez questões sobre a situação indígena atual foi debatida entre todos. “Cada vez que a gente se junta novos problemas aparecem”, comentou Joel Pataxó, ao identificar quantas situações de desrespeito e violência os parentes de outras etnias presenciaram.

“Não tem um olhar e nem uma política para fiscalizar e acompanhar a causa indígena”, disse Fernando Pankararu.

O causa Tupinambá também foi destacada. “A política ao invés de dar apoio aos indígenas dá apoio aos grileiros”, comenta Mayá Hãhãhãe. O agronegócio e sua consequente degradação dos territórios tradicionais foi um dos assuntos discutidos.

Depois dessa rodada, Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, apresentou o trabalho de apropriação de tecnologias dentro dos Pontos de Cultura e comentou sobre a possibilidade de utilizá-los como um instrumento de voz.

Cristiano também quis compreender qual a estrutura que existe hoje dentro dos Pontos e aquilo que os povos precisam.

Outras tecnologias sociais que surgiram com a existência dos Pontos de Cultura também foram comentadas, como a Rede Índios Online. As jovens Karapotó-Plakiô comentaram sobre como depois de algumas denúncias feitas na rede, a prefeitura da cidade em que a aldeia está localizada passou a dar mais atenção para as demandas da comunidade. “Índios Online é nosso porta voz”, comentaram. Além disso, Joana Tavares, jornalista coordenadora do Projeto Pelas Mulheres Indígenas, desenvolvido pela Thydêwá e conta com o apoio da Secretaria de Políticas das Mulheres da Presidência da República, comentou sua dissertação de mestrado sobre Índios Online: “Observei que a rede era uma forma de fortalecimento e divulgação da cultura indígena, uma forma de projetá-la para o mundo”.

Acerca do uso das tecnologias e dos espaços oferecidos pelo Programa, Potyra Tê Tupinambá enfatiza o que já vem sendo discutido durante todos os dias: “É preciso usar a Internet de forma consciente, para que ela não seja apenas uma ferramenta de brincadeira, mas um instrumento em prol da nossa cultura”, argumentou.

Outros projetos que contam com a mobilização e articulação dos participantes e das tecnologias digitais, como Índio Educa, Oca Digital, Pelas Mulheres Indígenas e RISADA, foram comentados.

Foi interessante perceber o desenvolvimento dos indígenas e da Thydêwá alinhado ao desenvolvimento das tecnologias. “Tínhamos projetos há 12 anos atrás que eram realizados com fitas cassetes, hoje estamos trabalhando com a apropriação dos Tablets”, comentou Sebastian Gerlic, presidente da ONG.

“Pontos de Cultura não são $yber Café ou uma Lan House, onde o tempo e a comunicação são colocados como mercadorias, orientadas pelo individualismo”, ressaltou Sebastian, mostrando dois banners pendurados na parede da Thydêwá que tratavam a respeito disso.

Após o almoço o grupo foi dividido em dois, enquanto um participante de cada etnia participava de uma oficina de apropriação tecnológica, outro cuidava da parte burocrática da implantação de um Ponto de Cultura dentro de suas aldeias, junto a Cristiano Passos e equipe da Thydêwá.

Na oficina de apropriação, ministrada por Magno Tupinambá, alguns indígenas instalaram a distribuição do Junta Dados nos computadores, enquanto outros se debruçavam em conhecer as ferramentas que iriam trabalhar. O funcionamento das máquinas, do projetor e das câmeras digitais adquiridas para cada um dos Pontos foi apresentado, além de uma imersão nos potenciais que a distribuição instalada nos computadores oferece.

Após isso, todos reunidos voltaram a discutir sobre a importância da atuação do conselho gestor de cada Ponto e aproveitaram para construir em conjunto os termos de uso dos equipamentos, o que aconteceria caso algum fosse roubado, como serão entregues os relatórios de atividades, entre outras questões importantes de gestão.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”. Confira as partilhas do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra

Na manhã do 2° dia do Encontro do Programa Mensagem da Terra, como todos os dias, foi feito um ritual de abertura indígena, com cânticos em roda. Inicialmente, foi discutida a importância do evento Teia Nacional de Pontos de Cultura para a visibilidade e representatividade dos indígenas. Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC), sugeriu que fosse levado, ao encontro nacional, relatos e registros, em audiovisual por exemplo, da situação tupinambá.

Nhenhety Kariri Xocó, sócio da Thydêwá, abriu o Moytará, apresentando o seu significado. Moytará é uma palavra indígena que significa troca. Esta era uma tradição entre os indígenas da caatinga e da Mata Atlântica, que se encontravam uma vez por ano para trocar produtos da florestas. “Moytará é a história da caçada tradicional”, resumiu. Ele sugeriu fazer um moytará com produtos da tecnologia – livros, cds, vídeos e que a rede de Pontos de Cultura Indígenas será como um Moytará, pois trocará também com outras redes, como a Índio Educa e a RISADA. Alguns indígenas apresentaram os produtos que trouxeram para trocar: frutos, sementes, raízes, livros, etc.

Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), apresentou o Conselho enquanto um espaço de participação e controle social perante o Minc. “Embora tenha um caráter consultivo e não tenha poder de decisão, é um avanço do diálogo entre governo e sociedade civil”, afirmou.

O debate circulou na importância da escolha de representantes dos povos indígenas que estejam comprometidos com a comunidade e a importância de se mobilizar. “Quando a gente pensa em Estado, representatividade é muito difícil. Mas nós enquanto indígenas temos que saber que aquele espaço também é nosso”, disse Naiara, diante das reflexões e exemplos trazidos pelos indígenas. Joel Braz, nome indígena Xarru Ingorá Pataxó, apontou que existe uma dificuldade para se mobilizar: “As pessoas precisam de muita garra e muito pulso para levar um movimento para frente. Não é qualquer coisa não.”

Foi trazida para a roda a extrema importância de ações e alternativas que sejam feitas a partir da base, de dentro da comunidade. Yakui Tupinambá atentou para a necessidade de mobilizar os jovens: “O que nós observamos é que nós precisamos de um movimento com os jovens indígenas .Muitos dos nossos estão se deixando levar. É uma continuação do processo de colonização.”

Diante das dificuldades apontadas para a mobilização e luta indígena, Naiara comentou: “O valor dos povos tradicionais é o valor humano. Nós não somos separados, somos pele vermelha e a luta é única. Quando se fala dos indígenas, se esquecem de falar de todos os atentados que sofremos diariamente. Por exemplo, ser agredido na rua, não ter comida e escola para nossas crianças.” “Existem ainda seres humanos que podemos chamar de gente, estão envolvidos, comprometidos nestas questões para diminuir a desigualdade social”, concluiu Yakuy Tupinambá.

Já fechando a manhã, Deborah apresentou o Plano Setorial de Políticas para os Povos Indígenas e suas três ações centrais: manutenção e transmissão de saberes e práticas indígenas, cultura e economia criativa – inserção da cultura tradicional na merenda indígena, e gestão e participação Social.

No período da tarde, na Oca externa, uma nova roda de apresentação foi iniciada para receber Cristiano Passos, da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Os Tupinambá o deixaram a par da realidade violenta que os indígenas da etnia vêm sofrendo.

“Indígena nunca deixou de ser morto no Brasil”, afirmou Yakuy Tupinambá, que citou os diversos tipos de violência que o povo tem passado. Entre elas o medo, a perda do direito de ir e vir e o dia a dia sob pressão.

Logo após foi iniciado a discussão sobre o Ponto de Cultura dos sonhos de cada uma das comunidades, que encontraram em comum a oportunidade de ter ali um instrumento capaz de aproximar as gerações.

Encontramos também outros sonhos importantes, como o resgate e o fortalecimento cultural, a criação de cineclubes, a criação de oficinas de artesanato, história e agricultura, o fortalecimento da memória, o despertar o interesse pela luta, a possibilidade de melhorar a divulgação da realidade indígena, a emergência de uma sensibilização da sociedade para a causa indígena, a desmistificação do ser índio, a importância de incentivar a liberdade e o uso consciente das tecnologias e a abertura de um espaço de denúncia.

Também foi discutido, em conjunto, como seria o funcionamento de cada Ponto.

Após o intervalo, Sebastian Gerlic, presidente da ONG Thydêwá, ofereceu uma oficina de Fotografia, levando em conta os registros étnicos e as fotos como instrumento de luta, denúncia e capaz de transmitir mensagens. O dia encerrou após o por-do-sol com um ritual.

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Pontos de cultura são um instrumento de luta e de defesa de nossos direitos. Confira como foi o I dia do Encontro do Programa Mensagens da Terra

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Na manhã desta terça-feira (25), a Oca Aberta, espaço externo anexo a sede da Thydêwá, indígenas – representando as 08 comunidades que receberão os Pontos de Cultura (Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá, Pankararu, Xokó, Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô) -, e não indígenas se reuniram para o ritual de abertura do I Encontro do Programa Mensagens da Terra.

Fernando Pankararu e Mayá Hãhãhãe, líderes em suas comunidades e sócios fundadores da Thydêwá, puxaram o ritual de abertura, abrindo os trabalhos que seguem até o final da semana. Logo após, o encontro seguiu com a roda tradicional de apresentação, onde cada participante contou um pouco a sua história e o que o trazia até ali.

Entre as inúmeras falas importantes, representando a diversidade cultural e étnica do país, uma delas destacou um assunto que é pauta e elemento decisivo que pode tanto dar continuidade quanto ajudar a diminuir o preconceito que os povos indígenas sofrem. Yakuy Tupinambá trouxe em sua fala a importância de se reconhecer os povos indígenas não por sua aparência, sua fisionomia, mas sim pela sua própria construção de identidade. Ser indígena não é ser limitado em sua aparência, mas ser respeitado pela busca de seus antepassados, de sua própria história. Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, respondeu a fala dizendo que essa é uma luta reconhecida pelo MinC, valorizando a diversidade cultural em seu universo de subjetividades.

A necessidade de uma campanha Estadual e Nacional visando a quebra de paradigmas e dos estereótipos indígenas foi confirmada por todos.

Depois do almoço, as atividades da tarde foram iniciadas com uma apresentação sobre a Thydêwá e os projetos que já foram executados durante esses 12 anos de ONG. Fernando Pankararu, Potyra Tê Tupinambá, Mayá Hãhãhãe, Nhenhety Kariri Xocó e Sebastian Gerlic, sócios da Thydêwá, se revesaram para falar de Índios Online, RISADA, Índio Educa, Índio na visão dos Índios, Índio quer paz, entre outros. . Em seguida, Pedro Vasconscelos apresentou o Programa Nacional de Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural – Cultura Viva.

“Não existe isso de levar cultura até a algum lugar. Levar a cultura é uma ideia colonizadora. Subentende-se com isso que neste lugar não havia cultura antes”, comentou Pedro. “Precisamos garantir o protagonismo e o emponderamento das comunidades. O Cultura Viva acredita que todos nós produzimos cultura”, finalizou.

Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC), partilhou sua experiência com o Programa Cultura Viva. “Não somos público-alvo dessa política, somos agentes. Quem faz o Programa Cultura Viva somos nós que estamos na base, diariamente, buscando conciliar a gestão pública com esse nosso sonho de gestão compartilhada”.

Yuri Bastos, da rede Anísio Teixeira e do Ponto de Cultura Circo do Capão, também contou sua experiência: “Essa é uma oportunidade de se organizar enquanto grupo para ser autônomo e sobreviver com as próprias pernas. Precisamos ser forte para além da existência desse apoio”, comentou.

No final do dia, Sebastian apresentou para os indígenas participantes mais sobre o funcionamento do Programa Mensagens da Terra, cujo objetivo é implementar 08 pontos de cultura que fortaleçam as comunidades indígenas para terem melhor visão crítica e melhor preparo para projetar seus futuros. Juntos, os participantes refletiram sobre o que cada ponto pode fazer e quais são as melhores práticas para a rede alcançar.

“O ponto de cultura não é uma lan house, é uma ferramenta de empoderamento da comunidade para fortalecimento da cultura. O ponto é de toda a comunidade, mas a existência de um comitê gestor pode contribuir para o planejamento e realização dos trabalhos”, disse Deborah Castor, consultora de culturas indígenas da Coordenação Geral de Programas e Projetos Culturais da SCDC (CGPPC).

Para Naiara Tukano, representante indígena do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC-MinC), os Pontos de Cultura são uma forma de ser visualizado pelo sistema. “É um instrumento de luta. Pontos de Cultura podem ser pensados para a defesa dos nossos direitos”, argumentou. Naiara finalizou trazendo a reflexão sobre os Pontos de Cultura como espaços de promoção de vida, de manifestação cultural, para que possamos conhecer e viver a diversidade.

Yuri encerrou o I Dia de Encontro com um cordel sobre a rede Anísio Teixeira.

 

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Indígenas de oito povos se reúnem para criar a rede de Pontos de Cultura Indígenas do Nordeste

Na terça-feira, dia 25, terá início o primeiro encontro do programa Mensagens da Terra na sede do Pontão Esperança da Terra, em Olivença, Bahia. Indígenas de 08 comunidades do Nordeste – Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Cumuruxatiba, Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá (BA), Pankararu (PE), Xokó (SE), Kariri-Xocó, Karapotó-Plakiô (AL) –  se reunirão para debater o funcionamento e  práticas de gestão dos Pontos de Cultura que serão implantados pelo programa.
O  Mensagens da Terra, de autoria da ONG Thydêwá e com o apoio do Ministério da Cultura, visa capacitar 100 Agentes Indígenas de Cultura Viva no uso das tecnologias de informação e comunicação para agirem a favor do Planeta e de suas comunidades. Os indígenas participarão de uma formação continuada, presencial e a distância, no decorrer de três anos, com o objetivo de fortalecer suas culturas e melhorar a Educação, Cidadania, e Sustentabilidade em suas comunidades.
No encontro, através de metodolodia aberta e participativa fundamentada nas Rodas de Conversas, serão abordados temas como o valor da cultura indígena, identidade, diversidade cultural, cultura da paz, cidadania, sustentabilidade,entre outros. Nas rodas, cada participante partilha seu ponto de vista, sua experiência, seus sonhos e seu futuro; a vivência, a fala e os rituais são tidos como elementos fundamentais para a compreensão da cultura particular de cada comunidade.
O encontro contará também com a presença de visitantes que contribuirão para a criação de uma partilha pluricultural e multiétnica. Entre eles, Pedro Vasconscelos, Diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; Débora Castro, consultora de culturas indígenas e coordenadora geral de Programas e Projetos Culturais (CGPPC); Lula Dantas, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNPdC); Bruno Tarin e Laila Sandroni, encarregados de realizar os Diagnósticos Situacionais do Programa Mensagens da Terra.
Este é o primeiro dos 06 encontros presenciais de 40h que ocorrerão durante a duração do Programa. Serão realizadas também oficinas em cada um dos Pontos de Cultura Indígenas e será criada uma Comunidade Virtual de Aprendizagem – um espaço onde os participantes poderão construir conhecimento e trocar experiência através da partilha em rede na internet.
“Desejamos que as comunidades se empoderem dos Pontos de Cultura Indígena e consigam fazer uma gestão para que as melhorias cheguem em suas comunidades”, disse Potyra Tê Tupinambá, sócia e diretora executiva da Thydêwá, em meio aos preparativos para o primeiro encontro, anunciando as expectativas para os três anos de projeto que estão pela frente.
Serviço:
O quê: I Encontro do Programa Mensagens da Terra
Quem: Um produção da Organização Não-governamental (ONG) Thydêwá, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), com a parceria e a participação de 08 comunidades indígenas do Nordeste
Quando: 25 a 29 de março de 2014
Onde: Sede do Pontão Esperança da Terra (Thydêwá), em Olivença, Ilhéus (BA).
Sugestões de fonte: Sebastián Gerlic (presidente da Thydêwá); Potyra Tê Tupinambá (indígena Tupinambá e diretora executiva da ONG)
Mais informações: www.thydewa.org

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Potyra Tê, diretora executiva da Thydêwá, debaterá, junto com outros indígenas Tupinambá, a realidade Tupinambá hoje
Potyra Tê, diretora executiva da Thydêwá, debaterá, junto com outros indígenas Tupinambá, a realidade Tupinambá hoje

 

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Foto ilustrativa do encontro no projeto Oca Digital
Foto ilustrativa do encontro no projeto Oca Digital

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