No mês de outubro os Pontos de Cultura começaram a articular a chegada de mulheres Dragon Dreaming nas aldeias. As visitas ocorrerão entre os meses de novembro a fevereiro. O projeto Redes de Sororidade é mais uma forma de potencializar a rede Pelas Mulheres Indígenas.

Além disso tivemos muitas fotos compartilhadas em nossa rede: Hortas, retomadas, denúncias, ervas para uso medicinais.

Este mês foi bastante movimentado em nossa rede.

O povo Pataxó Hahahãe fez denúncias neste mês sobre abuso da Polícia Militar contra os indígenas em uma ocupação em Potiraguá onde fazendeiros usufruíam de território indígena.

“…Áreas desmata para fazer pasto!
A luta pela a conquista da terra é uma escolha dos Pataxó Hãhãhãe que honram o seu direito. Entretanto a sociedade precisa apoiar essa causa, a maior parte de nosso território nacional está nas mãos dos fazendeiros. Terras que eles exploram todos os recursos naturais, através de desmatamentos, mineração, contaminam o solo com venenos, secam os recursos hídricos. Enfim uma fazenda que eles têm apenas 2 funcionários nós estamos ocupando com 150 famílias indígenas, e que vão viver na produção de agricultura familiar, produzindo alimentos saldáveis. A terra é sagrada e pertence a nós indígenas, estamos a mais de 8 dias ocupando o território. E vamos resistir. Já recebemos a visita do FUNAI, e da Policia Federal, da polícia Militar que esteve visitando a área. Sociedade Brasileira, os mapas provam que a área pertencente a nós indígenas, quando da sua demarcação iniciada em 1936 e terminada em 1938, foi dividida ao meio em acordo do SPI com o estado da Bahia, sem o consentimento nem o conhecimento dos índios, principais interessados na área. A parte subtraída da área original dos índios foi doada a fazendeiros de Itabuna e Ilhéus como mostra o mapa. Nesta área reclamada por nós indígenas, existem cemitérios indígenas e situa-se ao lado da Serra do Couro D’Antas…”

Já no clima Memória Viva, neste mês tivemos também a Feira de Ciências do Colégio Estadual Indígena da Aldeia Caramuru, Anexo Água Vermelha. Dona Mayá foi convidada representando a sabedoria das anciãs. Na Feira de Ciências teve um momento do plantio das Ervas Medicinais: “Muito enriquecedor as crianças e professores interagindo com essa atividade. Gratificante aprendermos o quanto é rica a localidade onde vivemos. Vamos preservar e conservar o Meio Ambiente!”

O povo Tupinambá também enfrentam situações de risco em uma retomada. No dia 3 de outubro eles ocuparam a fazenda do falecido Mário Bucharff, que está inserida dentro do território indígena tupinambá. Além disso, foi vetado o trânsito dos indígenas dentro dos pertences da fazenda, fazendo com que os indígenas que residem por trás dela ter que dar uma volta de difícil acesso por mais de 15km para chegar ao ponto de ônibus, infringindo seus direitos de ir e vir. Após a ocupação os indígenas enfrentaram ataquece da polícia militar da Bahia.

Os Pankararu passaram por uma situação inadmissível:
“Aldeia brejo dos padres Policiais entraram em nosso território, em meio da nossa tradição. Tradição do São Gonçalo, que acontece anualmente, abordando romeiros de Santa brigida, e repreendendo (armas) que são utilizadas na tradição, a muitos e muitos anos, colocaram no camburao, mais de seis pessoas, entre eles uma pessoa com problemas mentais, atiraram para cima, na intenção de intimidar, usou esprei de pimenta em um indígena, sem ao menos ele oferecer risco algum, abuso de poder , fomos coagidos , por pouco não acabaram com nossa tradição no momento, mas juntos somos mais fortes , vivemos lutando a décadas , não seria hoje que iríam nos intimidar.como chegar em uma ária indígena e não se informar o porque daquilo está acontecendo, já vem utilizando da autoridade, somos indígenas, temos nossa tradição, nossa peculiaridade, se informem, respeitem”

A cacica Maria D’Ajuda Pataxó segue firme em suas articulações, especialmente pelas mulheres indígenas e não indígenas

 

Todas essas informações foram trocadas no grupo do whatsapp PCI rede transcultural, criado com objetivo de ser uma comunidade colaborativa de aprendizagem, reunindo integrantes dos 8 Pontos de Cultura Indígena do Nordeste. Diariamente são postadas notícias sobre o andamento das atividades em cada Ponto, o dia a dia dentro das comunidades, a cultura vivenciada em cada pequeno detalhe do cotidiano das aldeias, histórias dos anciões, o brincar das crianças e a luta indígena pela reivindicação de seus direitos e território.

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